História da Foz do Sousa

É da tradição que esta freguesia data de tempos muito remotos, dizendo-se que a ela pertenceram povos das freguesias circunvizinhas e até alguns da margem esquerda do Douro, mas não existem documentos por onde se possa reconstituir a sua história, nem monumentos por onde se possa inferir da sua origem. Fica alconcorada sobre as margens dos dois rios, o Sousa e o Ferreira. Fala-se de um antigo castelo que se diz ter existido sobre este pendor da Foz do Sousa. Do livro “Crónica Gótica”: “Provavelmente foram os romanos que o edificaram (se não foram os antigos lusitanos). Durante o reinado dos príncipes godos, foi este castelo reedificado, ou segundo outros, fundado, situando-o na margem do rio Sousa, em frente a Arnelas”. A sua localização e importância estratégica provocou a cobiça de guerreiros e conquistadores ao longo dos séculos e foi alvo de tomada de povos bárbaros, romanos, cristãos e mouros. Sabe-se que ainda existia no ano de 1136. Não é possível determinar quando este antigo castelo foi destruído, sendo de supor que fosse durante as guerras frequentes e quase contínuas, umas vezes com castelhanos e muitas vezes com mouros, desde o Conde D. Henrique até D. Sancho II. O certo é que foi arrasado até às suas fundações, pois dele não restam outros vestígios além daqueles que foram deixados escritos.

O rio que deu nome a esta freguesia, segundo se lê nas obras de João Maria Batista, nasce junto à igreja de Moure, na base do Monte de Santa Quitéria no concelho de Felgueiras. Corre na direção de Sudeste, passa um quilómetro a noroeste de Penafiel, umas vezes separa os concelhos de Penafiel e Paredes, outras vezes corta estes concelhos e depois de um percurso de 45 ou 50 quilómetros e de receber o rio Ferreira, desagua na freguesia da Sousa ou de S. João da Foz do Sousa, na margem direita do rio Douro, a 12 quilómetros do Porto quase defronte de Arnelas. A origem etimológica do nome Sousa diz «Sousa - do baixo latim saucia, salgueiral, bosques de salgueiros. A escala seria: saucia, sauça, souça, sousa».

A freguesia da Foz do Sousa é a primeira das cinco freguesias que constituem o chamado alto concelho. Tem por limites a Nascente a freguesia de Covelo, a Sul o rio Douro, a Poente a freguesia de Jovim e a Norte as freguesias de S. Pedro da Cova e Aguiar de Sousa, esta última pertencente ao concelho de Paredes. A sua largura desde o alto do Tronco, fronteira com a freguesia de Jovim até aos limites da freguesia de Covelo na margem direita do rio Douro é de cinco quilómetros e meio e o seu comprimento desde a margem direita do Douro no lugar de Zebreiros até à serra de Gens é de sete quilómetros e a sua área é superior a vinte quilómetros quadrados. A freguesia da Foz do Sousa é composta por sete localidades distintas: Sousa, Zebreiros, Esposade, Compostela, Jancido, Gens e Ferreirinha.

A igreja desta freguesia data do século XVII (ano de 1702), mandada construir por um morgado, à sua custa, para gozar o privilégio de a ter a dois passos da sua habitação. Hoje é igreja paroquial e não tendo importância arquitetónica, é de realçar o torneado em madeira do altar-mor e a arte e beleza da talha dourada que ornamenta os seus cinco altares.

A agricultura e a pesca, foram outrora a base de subsistência da sua população a par da indústria de fundição que chegou a ter nesta freguesia importantes unidades deste setor. Hoje, a freguesia tenta criar condições para a fixação e diversificação de atividade industrial e potenciar o turismo, fazendo-se valer das caraterísticas ambientais únicas que integram este território.

História de Covelo

O primeiro documento escrito que refere Covelo na vasta região denominada “terras de Sousa” é um documento escrito em latim bárbaro que remonta ao séc. X (ano 960) quando parte dessas terras eram pertença da família de D. Múnio Viegas, o “Gascon”, pai de D. Egas Moniz. O segundo documento data do ano de 1133, também escrito em latim bárbaro que refere a doação feita por D. Afonso I ao Convento de Cete de uma “Villa de Leverinho”. Quando os documentos medievais se referem à “Villa de Leverinho” junto ao rio Douro, teremos que entender “villa” apenas como a propriedade de um senhor (dominus) e não como uma povoação de categoria intermédia entre cidade e aldeia.

Covelo aparece desde os alvores da nacionalidade como um padroado do Convento de Cete, que pertencia à Ordem dos Beneditinos. Em 1551, D. João III uniu este Convento ao Real Colégio de Coimbra, ficando o Convento de Cete com direito à dizimaria da freguesia de Covelo. Data de 1699 o documento que, indiscutivelmente prova que Covelo, Leverinho e Lixa, formam um todo como freguesia. Em alguns documentos anteriores, há a referência de Leverinho como lugar da freguesia de Santo André de Lever.

Não se sabe ao certo a data da sua fundação como freguesia, sabe-se no entanto, segundo inquirição de 1328, Covelo existia já como freguesia no Julgado de Aguiar de Sousa, passando a pertencer ao concelho de Gondomar em 1852, não sofrendo alterações até ao dia de hoje. Os Julgados, eram corpos judiciais que agrupavam várias freguesias presididas por um Juiz eleito, a quem era dado o nome de juiz ordinário e que mais tarde recebeu o nome de Juiz de paz. A partir de 1926 esta função passou a ser desempenhada por professores primários do sexo masculino. A sua população vivia essencialmente da agricultura, da indústria mineira, da produção de carvões vegetais e das moagens de cereais. Foi sede de freguesia, entretanto extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para em conjunto com Foz do Sousa, formar uma nova freguesia denominada União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo, com sede em Foz do Sousa.